Sobretudo nos contextos de crise e nos processos de recuperação econômica como o que vivemos atualmente, o empréstimo empresarial é uma necessidade real para milhões de empreendedores ao redor do país.
Em contrapartida, mesmo em um cenário de crédito aquecido – de acordo com projeção do BC (Banco Central) de junho, por exemplo, a concessão de crédito deve superar a casa dos 11% este ano – muitos empresários relatam dificuldades no acesso a empréstimos e, em suma, não conseguem superar as dores do crédito para o impulsionamento de seus negócios.
Abordei as razões para este cenário em publicação recente aqui mesmo no LinkedIn. Neste novo artigo, quero reforçar alguns destes pontos, destacando o papel que a organização financeira pode trazer para as empresas. Confiram!
Passo 1: “Arrume a casa” para eliminar suas restrições e apontamentos no mercado
Em meus artigos e no trabalho que venho desempenhando há anos no mercado, sempre ressalto a importância do planejamento, para que o crédito se torne uma ferramenta de geração de sustentabilidade financeira, que poderá ser acessada em linhas pré-aprovadas por clientes com histórico comprovado de pagamentos.
O X da questão é que, ao buscar o crédito somente em situações de emergência financeira, na maioria dos casos, o cliente já chega aos bancos cheio de restrições no SCPC, Serasa e outros birôs de crédito; além de protestos e notificações no mercado.
Neste contexto, a conquista do crédito – sobretudo em valores mais expressivos e com boas condições em termos de prazos, taxas e segurança – praticamente se inviabiliza. Neste sentido, antes de tudo, o cliente precisará arrumar a casa de suas finanças e conseguir um mínimo ponto de equilíbrio para ter mais chances de sucesso no relacionamento com instituições financeiras.
Passo 2: A classificação de risco e a importância de analisar diferentes instituições
O planejamento também é importante para que o cliente possa se organizar para avaliar diferentes instituições e encontrar aquelas que lhes ofereça condições mais favoráveis. Alguns bancos adotam políticas de classificação de risco mais rígidas ou que, simplesmente, não são favoráveis ao seu perfil de negócio, lhe atribuindo ratings baixos de crédito.
Ou seja: se você já deu o primeiro passo de arrumar a casa das finanças, o fato de você não conseguir um empréstimo com boas condições na instituição A, não significa que você não o conseguirá na instituição B.
Passo 3: A liquidez da garantia
Quanto maior a liquidez de sua garantia (prazo no qual um ativo pode ser convertido em capital), maiores são as possibilidades de que você consiga um crédito de qualidade, com prazos mais flexíveis e taxas mais interessantes.
Mas, neste ponto, fique atento: só o fato de você ter garantias com boa liquidez não irão lhe garantir um empréstimo em condições favoráveis. O ideal é que a empresa tenha um conhecimento no mínimo razoável do mercado de crédito e um bom relacionamento com diferentes instituições, para que seja hábil a negociar termos que sejam positivos para o seu negócio.
Passo 4: O comportamento do cliente no mercado de crédito
Outro ponto que os bancos irão estudar na hora de liberar (ou não) um empréstimo empresarial é o comportamento do proponente no mercado de crédito. Um exemplo: se sua empresa tem um histórico avançado de operações em curto prazo, a tendência é que a grande maioria dos fornecedores só lhe ofereçam operações de curto prazo. Se colocando no lugar dos bancos, é natural que, se ele percebe sua disposição para pagar sempre em curto prazo, por que seria o primeiro a lhe oferecer uma operação com prazos mais longos?
Passo 5: O papel da inteligência de crédito
E aqui entra o papel da inteligência de crédito! Seguindo todas as etapas anteriores, suas chances de conseguir um empréstimo de qualidade para sua empresa serão mais expressivas.
No entanto, elas se potencializarão, de fato, ao contar com o apoio de especialistas que, além da capacidade de analisar um leque muito mais amplo de linhas de crédito e instituições financeiras por meio de ferramentas de inteligência, possuem expertise e relacionamento suficientes para colocar o cliente no centro de uma operação de crédito, conquistando condições benéficas sempre a partir da visão da empresa, de suas necessidades e perfil.
Em outras palavras: planejamento, organização financeira (que inclui tanto o controle de restrições quanto a questão da garantia) e inteligência de crédito por meio do suporte de especialistas para uma análise minuciosa do mercado financeiro são o tripé que sustentarão seus passos para uma jornada de crédito bem-sucedida!