O Open Banking é uma das grandes pautas que movem o sistema financeiro contemporâneo, incluindo, sem dúvidas, o mercado de crédito. Com sua segunda fase implementada no Brasil no último mês de agosto, a liberdade para o trânsito de dados pessoais dos clientes, mediante a abertura bancária e sempre com o aval e plena autonomia dos próprios consumidores (Pessoas Físicas e Jurídicas), promete trazer uma série de mudanças positivas para o ambiente de negócios relacionado ao crédito.
No âmbito das oportunidades, o próprio Banco Central e diferentes especialistas do mercado atestam que, diante da abertura de dados, a tendência é a de que vejamos um aumento da competitividade no sistema bancário, que irá propiciar uma redução de custos de serviços e produtos mais atrativos e personalizados, incluindo, por exemplo, novas linhas de crédito que atendam as demandas de um cenário no qual os clientes assumirão, cada vez mais, um protagonismo em suas tomadas de decisão financeiras.
Ainda no campo dos ganhos para os clientes, 3 pontos centrais poderão ser uma realidade concreta no médio prazo no país:
Queda nas taxas e juros
Em reportagem recente, o Portal Infomoney ressaltou que, com a abertura dos dados das instituições, o direcionamento de linhas de crédito será facilitado a partir da otimização na análise do perfil dos consumidores. As instituições, por sua vez, poderão oferecer condições mais convidativas de crédito com maiores níveis de segurança.
Marketplaces e canais de intermediação do crédito
A reportagem do InfoMoney indica ainda a possibilidade de uma maior distribuição do crédito, com várias linhas sendo distribuídas em plataformas ou sob uma única interface, abrindo a possibilidade de parcerias entre bancos tradicionais, fintechs e empresas especializadas em crédito.
É importante citar também que, diante da maior fragmentação do mercado – dada a descentralização bancária que já cresce no país e o aumento da competitividade com o Open Banking – abre-se espaço para o fortalecimento de empresas intermediadoras de crédito que, analisando diferentes linhas de empréstimos em bancos, instituições financeiras e fintechs, poderão fazer a ponte entre as melhores oportunidades do mercado para pessoas físicas e empresas.
Diminuição do Spread Bancário
Por fim, o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, apontou ainda o movimento de redução de spreads bancários para a conquista de clientes e empresas com perfis consistentes de crédito.
De olho nos desafios
Como vimos, há toda uma esteira de transformações benéficas que já começam a surtir efeitos no sistema financeiro e que só devem se potencializar ao longo dos próximos anos e meses. Por outro lado, o Open Banking também reforça a necessidade de planejamento e organização financeira por parte de consumidores e empresas.
Pensando, por exemplo, no ecossistema do crédito empresarial, dada a maior transparência que passará a imperar no mercado e a consequente melhoria na análise do perfil dos clientes, será necessário que as empresas busquem organizar suas finanças – mantendo suas obrigações em dia, evitando assim restrições e notificações nos birôs de crédito – e atuem de modo preventivo, de modo que os empréstimos sejam uma ferramenta (e não um obstáculo) para a sustentabilidade financeira.
Deste modo, as companhias poderão usufruir, de fato, de uma realidade que coloca os clientes em primeiro lugar, mas também, que exige mais responsabilidade de quem deseja colher os frutos do novo mercado de crédito que, com o Open Banking, se impulsiona ainda mais.