O quanto você é capaz de se comprometer com os seus maiores sonhos e objetivos intrínsecos às suas motivações de vida? Na realidade de qualquer empresa ou organização de sucesso, é uma prática corrente dos departamentos de recursos humanos o debate em torno do conceito de engajamento, do comprometimento, mas quantos de nós realmente aplica esse importante princípio em suas vidas profissionais ou mesmo reflete sobre o tema?
Em termos conceituais, a Revista de Gestão da Universidade de São Paulo define o engajamento como o ato de estar envolvido, ocupado e interessado em alguma coisa; um momento de total absorção que gera as consequências de uma atração especial para aquilo a que nos dedicamos. A pesquisadora Jenny van Doorn, em definição para o Marketing Science Institute (MSI), fala também dos condutores emocionais que se ligam ao estado de engajamento.
Em outras palavras: engajar-se é direcionar atenção plena e conectar-se emocionalmente e com todo o seu potencial para uma causa, um princípio, uma carreira, um objetivo existencial. De pronto, já é possível perceber a força que tal nível de comprometimento pode gerar em nossas vidas e jornadas profissionais.
Mas o engajamento também está diretamente ligado ao propósito. Só nos engajamos verdadeiramente e a longo prazo quando nossas escolhas se alinham com aquilo que buscamos deixar de legado no decorrer de nossas trajetórias.
Por isso o engajamento deve caminhar em conjunto com a responsabilidade: quando nos comprometemos com as metas e o projeto de uma organização, por exemplo, devemos nos perguntar se se esse passo irá contribuir para o nosso crescimento e, a partir do momento que embarcamos nessa rota, vestir a camisa da empresa e correr atrás dos objetivos de um negócio será um ato que, naturalmente, estará alinhado a nosso plano de desenvolvimento.
Afinal de contas, como bem disse o neuropsiquiatra e criador da escola de análise existencial, Viktor Frankl, não somos produtos das circunstâncias, mas sim de nossas decisões, e “nada proporciona melhor capacidade de superação […] do que a consciência de ter uma missão a cumprir na vida”.
E por falar em análise existencial, a corrente filosófica do existencialismo discutia, dentre outros pontos, a liberdade do ser humano e o poder de suas escolhas. A partir do momento em que somos livres – e responsáveis – pelas nossas decisões, é fundamental que abracemos o comprometimento como uma força-motriz para a nossa evolução profissional e pessoal.
Assim, o ato de cumprir objetivos e metas, mais do que um simples trabalho ou obrigação cotidiana, pode e deve ser encarado como o trilhar de passos que constrói carreiras brilhantes e, mais do que isso, dá sentido para nossas vidas.
Para concluir relacionando dois filósofos brilhantes, a verdade é que se somos condenados a escolher e a ser livres, como explicou Jean-Paul Sartre, devemos fazer – conforme a definição de Friederich Nietzsche – de nossas vidas, obras de arte. E, para construirmos estas obras, sem dúvidas, a responsabilidade, o engajamento e o propósito são as tintas principais.