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Como as PMEs podem pavimentar suas jornadas de acesso ao crédito

Apesar do aquecimento inegável do mercado de crédito – que, segundo o último relatório do Banco Central divulgado em setembro, deve crescer 12,6%, puxado pela retomada econômica do país – o fato é que as pequenas e médias empresas vem encontrando obstáculos para o acesso ao crédito.

 

Sobre esse ponto, vale citar um estudo recente da Fundação Getúlio Vargas (FGV), o qual apontou que a demanda por crédito das MPES superou a oferta de crédito disponível nos bancos em R$ 166 bi ao longo deste ano.

 

Diante desse cenário, que caminhos os pequenos e também médios negócios podem seguir para ampliarem suas possibilidades de acesso ao crédito?

 

Um primeiro ponto, na minha visão, é ficar atento à fragmentação do mercado de crédito e do sistema financeiro como um todo. Tratarei desse tema com mais detalhes em meu próximo artigo, mas, de antemão, vale adiantar que hoje, a oferta de empréstimos não está restrita às instituições financeiras e bancos tradicionais, mas também disponível em bancos digitais e fintechs.

 

E isso é especialmente interessante para os pequenos e médios negócios, uma vez que o volume de crédito disponibilizado pelas fintechs, geralmente, se adequa ao perfil financeiro das PMEs – que costumam ter poder de captação para menores montantes de empréstimo – e conta com prazos interessantes e flexibilidade.

 

Entretanto, como os próprios especialistas da FGV ressaltam, embora essa seja uma oportunidade, ainda não é suficiente para abarcar toda a necessidade de crédito do mercado. Nesse sentido, ao buscar um empréstimo empresarial em alguma instituição financeira tradicional e de maior porte, os pequenos negócios devem seguir alguns dos passos que venho abordando em diferentes artigos. Eles incluem:

 

  • Planejamento, de modo que o crédito seja uma ferramenta para a sustentabilidade financeira e possa ser usado como uma válvula de crescimento;
  • Organização financeira, de modo que a empresa não chegue aos bancos com restrições no mercado;
  • Estudo de diferentes instituições e linhas de crédito disponíveis no mercado, para a busca daquela que, de fato, tenha fit com o perfil do negócio;
  • Atenção a liquidez das garantias;
  • Estudo do ambiente de crédito no Brasil e de suas exigências;
  • Cuidados para a manutenção de um bom score de crédito;
  • Fortalecimento do relacionamento com os bancos.

 

Por fim, seja via uma instituição tradicional ou uma fintech, é interessante que a pequena e média empresa busque o suporte de especialistas capazes de mapear oportunidades e favorecer a intermediação do crédito para que os negócios tenham chances mais concretas de conquistarem um empréstimo com boas condições em termos de taxas, juros e prazos.

Ao traçar esse caminho, mesmo diante dos desafios presentes, as PMEs terão possibilidades reais de pavimentarem suas jornadas no universo do crédito, favorecendo assim o processo de retomada de seus negócios e cumprindo um papel essencial para a economia brasileira.