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As principais mudanças no mercado de crédito dos últimos anos e como elas influenciam na dinâmica da sua empresa

Por Adilson Seixas, CEO e Fundador da LOARA Crédito

 

Como em outros pilares essenciais da economia de um país, o mercado de crédito vive períodos de expansão e de comportamentos mais cautelosos por parte das instituições financeiras e motivado por diferentes fatores, como a taxa de juros, os índices de inflação e o contexto internacional que influencia a cadeia de negócios de um ambiente econômico cada vez mais globalizado.

Assim, de 2020 a 2022, o mercado de crédito teve altas na casa de dois dígitos. De acordo com a Febraban, o saldo do crédito apresentou intenso crescimento em 2020 (15,6%), 2021 (16,3%) e 2022 (14%). Já a previsão para 2023 passou para 8,3%, conforme dados divulgados em fevereiro também pela Federação. O índice, ainda bastante positivo, reflete, no entanto, as preocupações dos bancos com a política fiscal e um cenário externo com juros e inflação elevada.

Dito isso, se os indicadores econômicos do setor creditício sofrem flutuações que dialogam com o cenário econômico nacional, há também mudanças mais profundas e estruturais que vão se consolidando ao longo dos anos e que traduzem o perfil de um segmento em constante processo de transformação.

Em meu novo artigo, destaco 4 mudanças da indústria financeira e do mercado de crédito que desvelam o novo panorama do setor em tempos atuais. Boa leitura!

 

Fragmentação bancária

Embora o Brasil continue com um alto índice de concentração bancária, também é verdade que, nos últimos anos, a fragmentação do mercado financeiro se expandiu, abrindo novas possibilidades, inclusive, para empresas nos processos de tomada de crédito. De 2012 a 2022, por exemplo, dados do Banco Central atestam que a concentração bancária no país caiu 10,2%, fator que favorece, inclusive, uma redução da desbancarização em território nacional e o consequente acesso a linhas de crédito por parte de pessoas físicas e pessoas jurídicas.

 

Entrada de novos players

Ato contínuo a fragmentação bancária, vemos também a entrada de novos players no sistema financeiro. Assim, hoje, além dos bancos tradicionais, temos o crescimento de fintechs – que avançaram 42% em 2022 – e até de alternativas de crédito fora do mercado financeiro tradicional. Tal contexto, por sua vez, aumenta a competitividade do segmento de crédito e abre espaço para novos modelos de negócio que aproximam tomadores de crédito e instituições financeiras, conforme veremos mais à frente.

 

Open banking e digitalização

Em um movimento aproximado, os processos de abertura de dados do sistema financeiro e de digitalização da indústria bancária abriram, ao mesmo tempo, desafios e oportunidades para o ambiente de negócios brasileiro. De um lado, os tomadores de crédito têm acesso a um portfólio de serviços mais ágeis e novas alternativas de linhas de financiamento que também favorecem a expansão do segmento creditício.

Em contrapartida, o fechamento de agências físicas – conforme já analisei em outros artigos e que, nos últimos dois anos, superam 2,5 mil – exige um redesenho das carreiras no sistema financeiro.

Mas há também novas oportunidades para os profissionais – gerentes de bancos e outros executivos do mercado financeiro, por exemplo, têm sido captados por empresas que entregam novos modelos de negócio para o mercado, como no caso das intermediadoras de crédito que falaremos na sequência.

 

Consolidação dos processos de intermediação de crédito

Fragmentação e profusão de novos players ampliam, ainda mais, a consolidação dos processos de intermediação de crédito. Por meio do suporte de uma empresa especializada nos desafios, particularidades e oportunidades do segmento creditício brasileiro, empresas podem construir uma jornada mais assertiva para conquistarem crédito de qualidade e adequado para as suas realidades financeiras.

Ademais, a intermediação de crédito gera também novas trajetórias de carreira para profissionais advindos do sistema financeiro tradicional que, como vimos, vive um processo de ampla transformação.

Em outras palavras: estamos falando de transformações estruturais que influenciam toda a cadeia de negócios do sistema financeiro. E, dentro do mercado de crédito – especialmente no crédito PJ – ganham aqueles que estiverem atentos a oportunidades que se abrem com a mudança.