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Propósito e engajamento como princípios para uma trajetória de sucesso

Por Maurício França, Diretor de Gestão da LOARA Crédito

 

O quanto você é capaz de se comprometer com os seus objetivos e sonhos, suas ambições de vida? Na realidade de qualquer empresa ou organização de sucesso, é uma prática corrente das áreas de recursos humanos o debate em torno do conceito de engajamento e propósito, mas quantos de nós realmente aplicamos esse importante princípio em suas vidas profissionais ou mesmo reflete sobre este tema?

Em termos conceituais, a Revista de Gestão da Universidade de São Paulo define o engajamento como o ato de estar envolvido, ocupado e interessado em alguma coisa; um momento de total absorção que gera as consequências de uma atração especial para aquilo a que nos dedicamos. A pesquisadora Jenny van Doorn, em definição para o Marketing Science Institute (MSI), fala também dos condutores emocionais que se ligam ao estado de engajamento.

Em outras palavras: engajar-se é direcionar atenção plena e conectar-se emocionalmente e com todo o seu potencial para uma causa, um princípio, uma carreira, um objetivo. De pronto, já é possível perceber a força que tal nível de comprometimento pode gerar em nossas vidas e jornadas profissionais.

Mas o engajamento está diretamente ligado ao propósito. Só nos engajamos verdadeiramente quando nossas escolhas se alinham com aquilo que tem significado para nós. Aquilo que, de alguma forma, nos conecta com nossos valores, princípios, sonhos e objetivos. É algo tão intuitivo que não refletimos sobre isso no dia a dia. Não nos damos conta das razões que nos levam a ter tanta satisfação em algumas coisas e frustrações em outras. O nosso universo seria diferente se procurássemos identificar o significado que as coisas e situações têm em nossas vidas. E por consequência nos engajássemos verdadeiramente naquilo que escolhemos fazer.

Uma vez que nos engajamos com algo, assumimos de fato a responsabilidade por aquilo, nos apropriamos, nos colocamos como donos: quando nos deparamos com metas, objetivos e projetos de uma organização, por exemplo, devemos nos perguntar se estes fazem sentido e, a partir do momento que escolhemos embarcar nessa missão da empresa, devemos nos responsabilizar pelos objetivos, assumir as rédeas do negócio. Este ato estará, naturalmente, alinhado ao nosso plano de carreira, pois tem significado para nós.

Afinal de contas, como bem disse o neuropsiquiatra e criador da escola de análise existencial, Viktor Frankl, não somos produtos das circunstâncias, mas sim de nossas decisões, e “nada proporciona melhor capacidade de superação […] do que a consciência de ter uma missão a cumprir na vida”.

E por falar em análise existencial, a corrente filosófica do existencialismo discutia, dentre outros pontos, a liberdade do ser humano e o poder de suas escolhas. A partir do momento em que somos livres – e responsáveis – pelas nossas decisões, é fundamental que compreendemos que nosso engajamento é uma força-motriz para a nossa evolução profissional e pessoal. Assim, o ato de cumprir objetivos e metas, mais do que um simples trabalho ou obrigação cotidiana, deve ser encarado como os passos necessários às carreiras e, mais do que isso, algo que dá sentido para nossas vidas.

Para concluir relacionando dois filósofos brilhantes, a verdade é que se somos condenados a escolher, como explicou Jean-Paul Sartre, devemos fazer – conforme a definição de Friederich Nietzsche – de nossas vidas, uma obra de arte. E, para construirmos estas obras, sem dúvidas, a responsabilidade com aquilo que nos engajamos se torno produto do meu eu.

Responsabilizar-se é uma característica marcante em pessoas de alta maturidade, alto nível de entrega, de pessoas de alta performance. A pessoa assume os riscos, tarefas, atividades e consequências pelo que faz ou deixa de fazer, sem culpar outros. Estar engajado é entender que o resultado positivo, vai estar diretamente ligado ao seu papel, a sua ação – por meio de uma decisão individual, interna – que nos leva a ter sucesso naquilo que nos propomos a fazer.