Dentro do quadro de transformações da economia global motivadas, sobretudo, pelo processo de digitalização, por novas metodologias e modelos de negócio que movimentam o mercado – das startups e scale-ups as filosofias de gestão ágil que aumentam a competitividade e aceleram o lançamento de novos produtos em diferentes setores – dentre os diversos setores, o sistema financeiro é um dos que mais vem se modificando ao longo dos últimos anos.
Para termos uma ideia mais clara desse contexto, só em 2020, os bancos brasileiros investiram mais de R$ 25 bilhões em novas tecnologias de acordo com dados da Febraban. O número é 8% mais alto que em 2019 e reflete uma tendência mundial: até 2027, a consultoria internacional Research Drive estima que os bancos digitais devem movimentar mais de US$ 1,6 trilhões, com crescimento médio nos próximos 5 anos de 8,3% nestes investimentos a nível global.
Se, por um lado, essa perspectiva reforça a busca pelo aumento da eficiência na oferta de serviços bancários, em contrapartida, gera um desafio para os profissionais do setor, diante do enxugamento das estruturas de trabalho nas instituições financeiras tradicionais e do próprio fechamento de agências físicas ao redor do mundo: só no Brasil, mais de 2,3 mil agências foram fechadas durante o período de pandemia – fato que, em números do próprio Banco Central – resultaram no fechamento de 15,4 mil postos de trabalho.
Diante desse cenário, quais caminhos os profissionais do setor bancário podem trilhar? Pensemos, por exemplo, na realidade de gerentes de conta pessoa jurídica com ampla expertise em frentes diversas do mercado financeiro. Conforme reforcei em outros artigos, o fato inegável é que, como reflexo do mercado, a profissão bancária também está mudando. Mas isso, longe de significar seu fim, implica no desenho de novas rotas e no reforço de novos skills, abrindo portas para atuação como especialista em segmentos da área financeira – numa atuação focada e capaz de gerar grandes resultados às empresas.
As oportunidades do mercado de crédito
Uma das principais oportunidades que o mercado financeiro oferece nasce de seu próprio movimento de profunda transformação: se antes, o ritmo do mercado era ditado pelas grandes e tradicionais instituições que concentravam a maioria dos serviços e produtos disponíveis para pessoas físicas e empresas, hoje, esse ambiente vive um processo de fragmentação e especialização, com novas empresas e startups se estruturando para atuar nas dores de diferentes nichos do universo financeiro.
Vejamos a realidade do mercado de crédito. Com o surgimento de negócios focados, por exemplo, na intermediação de crédito e no mapeamento de oportunidades de empréstimos com condições favoráveis para empresas – assumindo assim a perspectiva customer centric na relação entre bancos e clientes – mais do que nunca, a demanda por profissionais especializados (com conhecimentos sobre linhas de crédito, gerenciamento, negociação e, em suma, entendimento sobre os desafios e peculiaridades do mercado de crédito) tende a crescer.
Para abraçar essas oportunidades, além de ficarem atentos ao surgimento de novas vagas e reforçarem seu networking com outros profissionais do setor, é fundamental que os profissionais ampliem seus skills de relacionamento com pessoas e novas tecnologias, bem como, adotem uma nova perspectiva sobre suas carreiras, inclusive a partir de uma mentalidade intraempreendedora, comercial e de parceria com negócios que contam com estruturas gerenciais e de trabalho mais ágeis, flexíveis e dinâmicas.
Sim, estamos diante de uma nova realidade que, ao mesmo tempo em que transforma as bases do mercado como o conhecemos hoje, abre novas perspectivas para aqueles que souberem enxergá-las. Você está preparado?
Fontes dos dados citados
https://www.poder360.com.br/economia/brasil-perde-2-351-agencias-bancarias-na-pandemia/
https://www.researchdive.com/53/digital-banking-market
